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Contabilidade como ferramenta de mudança
Percebemos, por meio de experiências e informações, que produtos e serviços estão se tornando cada vez mais parecidos, e isto aumenta muito a agressividade do mercado.
por Moacir Vieira *
Percebemos, por meio de experiências e informações, que produtos e serviços estão se tornando cada vez mais parecidos, e isto aumenta muito a agressividade do mercado. Dessa maneira, o empresário deve, a todo o momento, buscar alternativas para se diferenciar da concorrência e criar uma distância saudável desta “briga”, para assim, conquistar tranqüilidade.
Uma das formas de se sobressair é a busca por informações novas e a visualização de possíveis cenários que o empreendedor poderá enfrentar no mercado. Um erro muito comum cometido pelos gestores é procurar estas informações somente no meio externo, se esquecendo das informações que sua empresa produz e disponibiliza internamente.
Estamos numa época do ano propícia para se revisar os números, analisar o balanço da empresa e planejar o ano seguinte, com base nos cenários do mercado e nas informações financeiras e gerenciais da empresa. Mas, onde encontrar estas informações? Sabemos que informações sobre mercado são mais simples de serem encontradas, pois estão em todas as mídias: jornais, revistas, internet, assim como na área comercial: nos clientes, fornecedores e outros meios menos formais. Porém, e as informações financeiras? Onde estão centralizados os dados para que possamos traduzi-los em índices estratégicos?
Neste caso, um poderoso recurso é a contabilidade. Nela, encontram-se todos os demonstrativos de vendas, margens de lucro, carga tributária, fluxo de caixa e patrimônio. Ou seja, na contabilidade encontraremos a fotografia nítida e real do negócio em determinado momento. Entretanto, existem muitas empresas de pequeno, médio e, não raro, grande porte, onde faltam informações contábeis atualizadas e confiáveis.
Usualmente, em exemplos como esses, os controles financeiros não são integrados à contabilidade, o valor de estoque não é verdadeiro e há planilhas eletrônicas espalhadas por toda a empresa e que não se comunicam. Além disto, tem-se o agravante da falta de interatividade entre os departamentos, e com isto, uma grande discrepância de números entre um relatório e outro. Enfim, os dados não são gerados em tempo hábil para uma tomada de decisão ágil e segura, ou, quando as informações chegam, já estão ultrapassadas e não passam de um simples histórico contábil.
Esta agilidade é fundamental para implantar um planejamento estratégico consistente e factível. Por mais experiência que tenha o gestor, não é adequado tomar decisões baseado somente em seu conhecimento empírico e intuição de mercado, lembrando que esse campo de trabalho é agressivo e não perdoa erros básicos, o que leva a empresa para um rumo incerto, inseguro e perigoso.
Por isso, enxergo que o melhor caminho é ir direto ao fundamento disto tudo: a contabilidade. É lá que se encontra a base ideal para mensurar e projetar o melhor diagnóstico e desempenho da empresa. A solução é modernizar a contabilidade com uma reestruturação forte, que possibilite atender o Fisco, mas, principalmente, para servir à empresa com informações ágeis, seguras e de fácil leitura.
A indicação para os empresários é que integrem o software da empresa com o sistema contábil, para que as informações não tenham distorções e sejam geradas em tempo real. Para quem tem contabilidade terceirizada, deve-se negociar com o contador uma alternativa para a integração entre controles da empresa e o contábil, o que gera balancetes e demonstrativos atualizados.
Tratar a contabilidade como fonte de informações não é tarefa fácil: envolve a empresa como um todo, há necessidade do comprometimento dos gerentes e do pessoal operacional, e uma revisão completa dos controles internos dos departamentos. Contudo, o retorno é garantido: diminuem-se os retrabalhos, passa-se a ter agilidade no processo de tomada de decisões (e com resultados atualizados), existe segurança para os gestores, a equipe fica motivada e com mais tempo para pensar e administrar a empresa.
*Moacir Vieira é contador, formado pela UEL, com especializações em Controladoria pela PUC e Consultoria pela UFPR e com MBA em BSC – Balanced Scorecard pela FGV. Atualmente é sócio diretor da empresa de consultoria KAIZENSIG, em Londrina.Desde já agradeço sua atenção.
Letícia Pizaia Mazão - jornalista
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