Alguns mestres são inesquecíveis, especialmente aqueles que exercem a profissão com amor. Certamente que, trata-se de uma fonte de renda para o seu sustento, porém trabalham naquela atividade porque gostam e sabem que transmitir o conhecimento em nada o diminuirá, ao contrário, quanto mais divide, mais tem.

É uma tradição os professores, responsáveis pela educação das crianças, particularmente aquelas da educação básica, serem mal remunerados, e por ser justamente a fase em que o aprendizado é maior, deveria haver maior investimento.

O caráter é edificado com o ensino, notadamente com os exemplos familiares e da escola. Sendo assim, os professores devem ser pessoas bem formadas no conhecimento geral e, mais que isso, possuir bom caráter e personalidade, isto é, ser pessoas que se importam com o bem estar daqueles que o rodeiam.

No dia que recebi a notícia do falecimento da Vilde Depiné, minha professora do primeiro ano do primário (como era denominado naquela época), muitas recordações me vieram, mas a principal é do amor, da bondade e da paciência que ela tinha com todos os alunos, inclusive comigo. Tive a certeza que ela cumpriu a missão, pois gostava do que fazia e se sentia responsável pela boa formação de seus alunos. Há poucos meses conversei com a professora Vilde, onde o olhar acolhedor e de bondade continuava estampado na velha professora e isso, ainda transmitia conforto e segurança.

Por vezes algumas pessoas acordam desmotivadas, porque terão que trabalhar mais de oito horas, tarefa que fazem com a cara fechada e mal cumprimentam aos colegas. O dia se arrasta com muita lentidão e sofrimento para elas, além de transmitirem um clima negativo aos que os rodeiam. Imaginem se o professor entrar em sala de aula com tal comportamento. Como será o aprendizado das crianças?

Um apresentador de televisão, independente dos problemas e dores que está sentindo, ao entrar no palco não pode fechar a cara, murmurar pelos cantos, reclamar dos colegas ou clientes, uma vez que reduzirá a audiência, fazendo-o perder o emprego. Reclamar ou trabalhar desmotivado só maximizará o sofrimento.

Como fazer para que, quando chegar a nossa hora de deixar este mundo, as pessoas tenham boas recordações do tempo de convivência e digam que faremos falta? A vida é fácil de ser vivida, mas somos especialistas em complicar quando queremos. Se tivermos esta consciência será simples de compreender e enfrentar as dificuldades que são exercícios para melhorar a resistência, assim como acontece nas academias de musculação.

Espero que você tenha convivido com bons mestres, os inesquecíveis e que quando partem do plano terrestre deixam saudades. Além disso, também desejo a todos que ainda lecionam, - não somente como professor escolar, porque ensinar é uma tarefa de quem está disposto a compartilhar conhecimento - que sejam bons mestres, para despertar o interesse dos alunos e, que eles vejam em você, uma pessoa exemplar para ser copiada.

Gilmar Duarte é palestrante, contador, diretor do Grupo Dygran, autor dos livros "Honorários Contábeis", “Como ganhar dinheiro na prestação de serviços” e “Formação prática do preço de venda para empreendedores do comércio”.