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Inovar tem limite?
A verdadeira metamorfose atravessada, já há algum tempo, pelo sistema financeiro em nosso país tem mais a ver com esta pergunta do que você possa imaginar
A verdadeira metamorfose atravessada, já há algum tempo, pelo sistema financeiro em nosso país tem mais a ver com esta pergunta do que você possa imaginar
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Uma vez perpetrada uma das maiores fake news de todos os tempos, segundo a qual, o ser humano seria incapaz de explorar mais de 10% do seu cérebro, muito tempo foi necessário para se dissipar, mundo afora, este erro crasso cometido sabe-se lá por quem, na virada para o século 20.
Foi duro, de fato, os cientistas conseguirem neutralizar tal engano, plantado de boa ou má-fé – quando sequer se sonhava com as poderosas mídias de que hoje dispomos, ávidas e construir ou detonar tanto mitos quanto monstros, mediante poucos cliques.
Em dezembro de 2021 vivemos aqui no Brasil o início de mais uma etapa, a quarta, daquilo que se convencionou a chamar de Open Banking, série de avanços implantada em fases e que vai fazer - até mesmo quem nunca ouviu falar em McLuhan - sentir na pele o que vem a ser uma Aldeia Global.
Neste caso específico, envolvendo quem faz o quê e aonde, quando o tema em pauta é a vida financeira de cada um de nós, colocando finalmente ordem num emaranhado de dados que ainda hoje faz gente perceber que possui uma conta corrente do outro lado da cidade, possivelmente onde nunca esteve, mas que um prosaico cadastramento de Pix tratou de desvendar.
O fato é que, após tantos acontecimentos desta história – das filas homéricas nas agências aos caixas eletrônicos; dos docs e TEDs, e agora, as transferências dia e noite, para contas sob qualquer bandeira e origem, por intermédio do Pix – há quem imagine que o Open Banking nos levará, definitivamente, ao Nirvana de quem possua e movimente uma conta bancária.
Senão vejamos, se nem o pobre cérebro humano tem limites, imagine essas máquinas maravilhosas, dotadas de inteligência artificial e tudo mais ...
Mesmo assim, estudos internacionais já apontam o porcentual do “open banking” local que vem sendo realmente utilizado em alguns dos países que largaram primeiro nesta prova , onde o Brasil corre por fora, com invejável desenvoltura, convenhamos.
Estima-se, por exemplo, que o Reino Unido esteja obtendo hoje entre 30% e 40% dos benefícios que a modernidade já implantada neste campo poderia oferecer, enquanto Estados Unidos e União Europeia – pasmem – não mais que 10%.
Os mesmos estudiosos já dizem que, direta ou indiretamente, todos os níveis das sociedades sairão ganhando, e numa intensidade que eles também tiveram a curiosidade de transformar em incremento do Produto Interno Bruto.
Até 2030, o impulso causado por bancos e todos os seus correntistas realmente integrados pode variar de 1% a 1,5% do PIB de EUA, Reino Unido e Europa, mas entre 3 e 5 vezes mais em países menos abastados, caso da Índia, por exemplo.
E por aqui, após vencida a gama de desafios técnicos e regulatórios complexos que envolve um processo dessa monta?
Diz a lógica, que estamos mais para Índia do que Estados Unidos, mas um fator quase intangível pode virar este jogo.
Então me diga: tivemos grandes problemas em utilizar serviços inteligentes de bancos ou fintechs, mesmo em meio ao boom de demanda pelo atendimento remoto nesta pandemia, quando o presencial entrou mais em queda ainda do que já estava?
Enfim, tudo indica que estamos indo bem neste trajeto, embora exista uma interrogação enorme ainda envolvendo a ‘abertura dos bancos’, literalmente, ou seja: até onde esse avanço vai chegar?
A dúvida se justifica porque as possibilidades trazidas pela inovação – motor principal de um processo como o Open Banking - hoje é tão enigmático para nós como foi o cérebro humano, quando analisado sob a lupa de cientistas - e até mesmo curiosos - há mais de cem anos.
Por Wagner Fonseca - Agência Reperkut
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