- (54) 3342-0944
- (54) 3342-8740
- (54) 9104-9625
Drex: moeda digital vai transformar transações e impostos no país
por *Yvon Gaillard, economista e CEO da Dootax
No ar desde novembro de 2020, o Pix rapidamente caiu no gosto do brasileiro. Com praticamente quatro anos completos desde o seu lançamento, a modalidade se tornou o principal meio de pagamento do Brasil. Para se ter uma ideia, o método registrou 42 bilhões de transações em 2023, representando um crescimento de 75% ante o ano anterior. O sentimento deixado pela ferramenta é tão positivo que uma pesquisa recente, desenvolvida pela Mastercard, revela que 89% dos consumidores brasileiros se dizem abertos a testar novos métodos de pagamento nos próximos anos.
Nesse contexto, o Banco Central vem desenvolvendo o Drex, uma versão digital do Real. Destinado a funcionar como uma alternativa eletrônica ao dinheiro em espécie, o método difere do Pix por seu foco em transações de grande porte, como aquisições de imóveis e veículos. Esse tipo de compra, por envolver valores substanciais, requer segurança adicional, e o Drex se compromete a oferecer essa camada extra de proteção.
Para a criação do nome, o Drex segue uma lógica parecida com a do Pix, combinando letras a fim de gerar um termo forte e moderno. A letra "D" representa o Digital, "R" remete ao Real, "E" simboliza o Eletrônico e "X" sugere a ideia de conexão.
Na prática, a conversão do Real para o Drex ocorrerá numa proporção de 1:1, sendo gerida diretamente pelo Banco Central com liquidação realizada em um ambiente com ativos digitais e contratos inteligentes, utilizando a tecnologia de registro distribuído (em inglês, Distributed Ledger Technology – DLT). Ou seja, qualquer usuário que queira realizar uma transação com Drex precisará utilizar uma instituição financeira autorizada, o que ajuda a garantir a segurança e a integridade da operação.
Imposto automatizado
Outro ponto central da implementação do Drex será a arrecadação tributária feita de forma automatizada. Com a reforma tributária e a introdução do mecanismo de split payment, o Drex poderá ser utilizado para possibilitar o recolhimento automático do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) no momento das transações.
Isso representa um avanço no processo de arrecadação fiscal, simplificando o sistema e garantindo uma eficiência que o modelo atual ainda não proporciona. A ideia do split payment, segundo Daniel Loria, diretor da Secretaria da Reforma Tributária, é que ele se torne obrigatório em todas as transações eletrônicas. Portanto, o Drex e o Pix já foram desenvolvidos com essa funcionalidade em mente, antecipando uma estrutura que permita uma tributação mais precisa e menos burocrática para o consumidor brasileiro, independentemente do tipo de operação.
O Drex chega, portanto, para preencher uma lacuna deixada pelo Pix ao oferecer uma alternativa segura para transações de grande porte, que muitas vezes demandam um nível de formalidade e segurança maior do que as operações cotidianas. Com a modalidade de pagamento, o Brasil, sem dúvida, entra em uma nova fase de digitalização econômica, fortalecendo o ecossistema financeiro e simplificando o processo tributário.
*Yvon Gaillard, cofundador e CEO da Dootax. Com mais de 15 anos de atuação no mercado, Yvon é um dos principais personagens na revolução do sistema fiscal do país. Economista formado pela FAAP e com MBA pela Business School São Paulo, liderou projetos em empresas como Gol Linhas Aéreas e Thomson Reuters.
INDICADORES FINANCEIROS
Indicadores diários
Compra | Venda | |
---|---|---|
Dólar Americano/Real Brasileiro | 6.1634 | 6.1644 |
Euro/Real Brasileiro | 6.4102 | 6.4321 |
Atualizado em: 26/12/2024 15:20 |
Indicadores de inflação
09/2024 | 10/2024 | 11/2024 | |
---|---|---|---|
IGP-DI | 1,03% | 1,54% | 1,18% |
IGP-M | 0,62% | 1,52% | 1,30% |
INCC-DI | 0,58% | 0,68% | 0,40% |
INPC (IBGE) | 0,48% | 0,61% | 0,33% |
IPC (FIPE) | 0,18% | 0,80% | 1,17% |
IPC (FGV) | 0,63% | 0,30% | -0,13% |
IPCA (IBGE) | 0,44% | 0,56% | 0,39% |
IPCA-E (IBGE) | 0,13% | 0,54% | 0,62% |
IVAR (FGV) | 0,33% | -0,89% | -0,88% |