- (54) 3342-0944
- (54) 3342-8740
- (54) 9104-9625
Real lidera valorizações diante do dólar, que cai para R$ 1,835
No ano, a moeda já subiu 26,77% em relação ao dólar
TONI SCIARRETTA
Moeda de maior valorização no mundo em 2009, o real seguiu ontem a baixa global do dólar, que teve sua menor cotação desde meados de setembro em relação às principais moedas internacionais. No Brasil, a moeda americana recuou 1,6% e terminou a R$ 1,835, menor valor desde 25 de setembro.
Considerado reserva de valor em época de crise, o dólar recua com a perspectiva de recuperação mundial e a consequente alta nos preços de ações, petróleo, metais, alimentos, títulos e moedas de países emergentes. No Brasil, o real segue a alta das commodities. No ano, a moeda já subiu 26,77% em relação ao dólar, à frente do rand sul-africano (20,15%), do dólar australiano (19,48%) e do peso chileno (18,17%), moedas de produtores de commodities e que tiveram forte retomada, segundo dados da Bloomberg.
Na China, as Bolsas dispararam, mas o câmbio é fixo. Segundo analistas, a mudança no humor dos mercados ocorreu tão rapidamente, que não há um piso para a taxa de câmbio brasileira, que pode romper a barreira de R$ 1,80.
O investidor estrangeiro que traz dinheiro ao Brasil ganha tanto com o retorno na renda fixa e na Bolsa do país como com o câmbio. "Basta ver a valorização da Bolsa em dólares, que já está quase em 90%, enquanto em real é de menos de 50%. O estrangeiro tem acesso a um retorno na Bolsa que o brasileiro não tem. Por isso tem tanto dinheiro para ações da VisaNet e do Santander", disse Sidnei Nehme, da corretora NGO.
A VisaNet lançou ações na Bovespa em julho, enquanto o Santander prepara aumento de capital para este ano. No ano, o Ibovespa já subiu 88,25% em dólares e 49,13% em reais. Entre as 20 maiores Bolsas, a brasileira só perde para as chinesas de Xangai (90,17%) e Schenzen (105,97%).
Ontem, a Bovespa operou em alta durante todo o pregão e chegou a bater nos 56.200 pontos. Terminou com alta de 2,25% e 55.997 pontos -maior nível desde 28 de agosto. Com as perspectivas de melhora nos mercados, investidores estrangeiros encerraram o mês de julho com forte aposta na queda do dólar na BM&F -tinham US$ 4,1 bilhões posicionados para ganhar com a baixa da moeda em agosto.
Até o início de julho, os estrangeiros acreditavam na alta. "O estrangeiro consegue influir na taxa de câmbio pela BM&F. E o BC não tem instrumento para conter isso", disse Nehme. Na avaliação do consultor Miltom Wagner, que faz projeção de cenário com base nas posições de investidores, não será surpresa se o dólar descer até R$ 1,70 e R$ 1,68 em médio prazo. Já para os próximos dias, ele vê possibilidade de a moeda romper R$ 1,80.
"O dólar foi a R$ 1,55 no ano passado. Por que, não pode ficar abaixo de R$ 1,80 agora que as condições são melhores? O mercado pode até mudar, e o dólar voltar a subir. Mas não está com cara", disse Wagner.
INDICADORES FINANCEIROS
Indicadores diários
Compra | Venda | |
---|---|---|
Dólar Americano/Real Brasileiro | 5.801 | 5.8015 |
Euro/Real Brasileiro | 6.0398 | 6.0478 |
Atualizado em: 22/11/2024 18:59 |
Indicadores de inflação
08/2024 | 09/2024 | 10/2024 | |
---|---|---|---|
IGP-DI | 0,12% | 1,03% | 1,54% |
IGP-M | 0,29% | 0,62% | 1,52% |
INCC-DI | 0,70% | 0,58% | 0,68% |
INPC (IBGE) | -0,14% | 0,48% | 0,61% |
IPC (FIPE) | 0,18% | 0,18% | 0,80% |
IPC (FGV) | -0,16% | 0,63% | 0,30% |
IPCA (IBGE) | -0,02% | 0,44% | 0,56% |
IPCA-E (IBGE) | 0,19% | 0,13% | 0,54% |
IVAR (FGV) | 1,93% | 0,33% | -0,89% |