Avenida Julio Borella, 805 - Sala 207 - Top Center Avenida, Centro - Marau/RS
- (54) 3342-0944
- (54) 3342-8740
- (54) 9104-9625
Ainda é cedo para dizer que recessão já acabou no País
O comitê espera que haja sinais certos de que a economia saiu da recessão
Fonte: Folha de S.PauloTags: crise
Adriana Chiarini
Indicador mensal elaborado pela pesquisadora Marcelle Chauvet, da Universidade da Califórnia, câmpus de Riverside (UCR), mostra que a probabilidade de recessão no Brasil, que era de 54% em maio, caiu em junho para 46%. À Agência Estado, Marcelle comentou, no entanto, que ainda é prematuro dizer que isso significa uma saída da recessão para a fase de retomada econômica.
Marcelle é integrante do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com ela como relatora, o grupo atestou em maio que o País havia entrado em recessão, acompanhando um movimento global, após encerrar o fim de uma sequência de 21 trimestres de crescimento no terceiro trimestre do ano passado. O estudo de Marcelle referente a junho - que ainda não é o indicador oficial do Codace - mostra que há chances de inversão dessa curva, mas só um conjunto maior de dados dará o prognóstico final.
O cálculo da pesquisadora utiliza uma base de indicadores de instituições como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São dados como os de produção industrial (+0,2% em junho em relação a maio), vendas no varejo (+1,7% no sentido restrito e +6,5% incluindo automóveis e material de construção, ambos em junho em comparação com maio) e taxa de desemprego (8,1% da População Economicamente Ativa em junho, com queda em relação aos 8,8% em maio).
"O comitê espera que haja sinais certos de que a economia saiu da recessão. Não estamos esperando o PIB, mas dados mensais suficientes que nos possibilitem uma decisão definitiva. O PIB é uma variável importante, mas não é essencial para tomarmos a decisão", escreveu a professora da UCR, que concedeu a entrevista por e-mail.
De acordo com ela, um porcentual agora inferior a 50% para as chances de recessão "é um forte indicativo". "Mas, para uma maior certeza, a regra de bolso é que a probabilidade esteja abaixo de 50% por pelo menos dois meses consecutivos."
Outro integrante do Codace, o pesquisador da FGV e ex-diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)Régis Bonelli, entende que o quadro atual parece indicar mais recuperação do que recessão, mas que ainda não é possível ter certeza. "Minha convicção pessoal é de que estamos saindo lentamente dessa recessão, mas não existem informações suficientes para uma resposta segura sobre se o Brasil já saiu ou não", afirmou ele.
O diretor do Instituto de Estudos de Política Econômica da Casa das Garças (IEPE/CdG) e sócio-diretor da Galanto Consultoria, Dionísio Dias Carneiro, outro integrante do comitê, observa que "a recessão brasileira é mais suave do que no resto do mundo, começou depois e pode acabar antes", mas entende ser prematuro dizer agora que a recessão acabou. Ele comentou que esse tipo de indicador, de probabilidades de recessão, é considerado pelo comitê, mas não é o único.
Mesmo que o PIB do segundo trimestre mostre alta em relação ao primeiro trimestre, interrompendo a sequência de duas quedas em relação ao trimestre imediatamente anterior - definida por alguns economistas como "recessão técnica" -, Dias Carneiro considera que isso não é suficiente para afirmar que o Brasil saiu da recessão. "Eu aguardaria para ver uma recuperação mais vigorosa da indústria", afirmou.
Também entende que "não necessariamente" o fundo do poço marca o fim da recessão. "Há vários critérios e um deles é o de recuperação em relação ao que era antes (da queda)", disse. Para o especialista, "se a datação fosse algo que pudesse ser feito por computador, não precisaria ter um comitê".
Dias Carneiro avalia que a economia brasileira ainda está sujeita a uma outra onda negativa vinda do exterior, por causa da redução do consumo nos Estados Unidos e na Europa. "O consumo americano e o europeu ainda vão sofrer muito. Essa onda ainda não veio e não sabemos com que força ela vai chegar no Brasil, mas ela é importante por causa do tamanho das economias americana e europeia e não há muito o que os governos possam fazer", afirmou.
Para Marcelle, "muito provavelmente a economia americana já saiu da recessão, porém, os dados disponíveis são apenas até maio". Ela aguarda mais indicadores de junho e julho para confirmar o fim da recessão americana.
Também participam do Codace, o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore e os pesquisadores da FGV Marco Bonomo, Paulo Pichetti e João Victor Issler.
Marcelle é integrante do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com ela como relatora, o grupo atestou em maio que o País havia entrado em recessão, acompanhando um movimento global, após encerrar o fim de uma sequência de 21 trimestres de crescimento no terceiro trimestre do ano passado. O estudo de Marcelle referente a junho - que ainda não é o indicador oficial do Codace - mostra que há chances de inversão dessa curva, mas só um conjunto maior de dados dará o prognóstico final.
O cálculo da pesquisadora utiliza uma base de indicadores de instituições como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São dados como os de produção industrial (+0,2% em junho em relação a maio), vendas no varejo (+1,7% no sentido restrito e +6,5% incluindo automóveis e material de construção, ambos em junho em comparação com maio) e taxa de desemprego (8,1% da População Economicamente Ativa em junho, com queda em relação aos 8,8% em maio).
"O comitê espera que haja sinais certos de que a economia saiu da recessão. Não estamos esperando o PIB, mas dados mensais suficientes que nos possibilitem uma decisão definitiva. O PIB é uma variável importante, mas não é essencial para tomarmos a decisão", escreveu a professora da UCR, que concedeu a entrevista por e-mail.
De acordo com ela, um porcentual agora inferior a 50% para as chances de recessão "é um forte indicativo". "Mas, para uma maior certeza, a regra de bolso é que a probabilidade esteja abaixo de 50% por pelo menos dois meses consecutivos."
Outro integrante do Codace, o pesquisador da FGV e ex-diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)Régis Bonelli, entende que o quadro atual parece indicar mais recuperação do que recessão, mas que ainda não é possível ter certeza. "Minha convicção pessoal é de que estamos saindo lentamente dessa recessão, mas não existem informações suficientes para uma resposta segura sobre se o Brasil já saiu ou não", afirmou ele.
O diretor do Instituto de Estudos de Política Econômica da Casa das Garças (IEPE/CdG) e sócio-diretor da Galanto Consultoria, Dionísio Dias Carneiro, outro integrante do comitê, observa que "a recessão brasileira é mais suave do que no resto do mundo, começou depois e pode acabar antes", mas entende ser prematuro dizer agora que a recessão acabou. Ele comentou que esse tipo de indicador, de probabilidades de recessão, é considerado pelo comitê, mas não é o único.
Mesmo que o PIB do segundo trimestre mostre alta em relação ao primeiro trimestre, interrompendo a sequência de duas quedas em relação ao trimestre imediatamente anterior - definida por alguns economistas como "recessão técnica" -, Dias Carneiro considera que isso não é suficiente para afirmar que o Brasil saiu da recessão. "Eu aguardaria para ver uma recuperação mais vigorosa da indústria", afirmou.
Também entende que "não necessariamente" o fundo do poço marca o fim da recessão. "Há vários critérios e um deles é o de recuperação em relação ao que era antes (da queda)", disse. Para o especialista, "se a datação fosse algo que pudesse ser feito por computador, não precisaria ter um comitê".
Dias Carneiro avalia que a economia brasileira ainda está sujeita a uma outra onda negativa vinda do exterior, por causa da redução do consumo nos Estados Unidos e na Europa. "O consumo americano e o europeu ainda vão sofrer muito. Essa onda ainda não veio e não sabemos com que força ela vai chegar no Brasil, mas ela é importante por causa do tamanho das economias americana e europeia e não há muito o que os governos possam fazer", afirmou.
Para Marcelle, "muito provavelmente a economia americana já saiu da recessão, porém, os dados disponíveis são apenas até maio". Ela aguarda mais indicadores de junho e julho para confirmar o fim da recessão americana.
Também participam do Codace, o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore e os pesquisadores da FGV Marco Bonomo, Paulo Pichetti e João Victor Issler.
INDICADORES FINANCEIROS
Indicadores diários
Compra | Venda | |
---|---|---|
Dólar Americano/Real Brasileiro | 5.7624 | 5.7634 |
Euro/Real Brasileiro | 6.153 | 6.203 |
Atualizado em: 31/10/2024 08:16 |
Indicadores de inflação
07/2024 | 08/2024 | 09/2024 | |
---|---|---|---|
IGP-DI | 0,83% | 0,12% | 1,03% |
IGP-M | 0,61% | 0,29% | 0,62% |
INCC-DI | 0,72% | 0,70% | 0,58% |
INPC (IBGE) | 0,26% | -0,14% | 0,48% |
IPC (FIPE) | 0,06% | 0,18% | 0,18% |
IPC (FGV) | 0,54% | -0,16% | 0,63% |
IPCA (IBGE) | 0,38% | -0,02% | 0,44% |
IPCA-E (IBGE) | 0,30% | 0,19% | 0,13% |
IVAR (FGV) | -0,18% | 1,93% | 0,33% |