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Ata do Copom reafirma recuperação da economia e destaca recuo da ociosidade
A decisão unânime de manter a taxa básica de juro brasileira, a Selic, em 8,75% ao ano, não surpreendeu o mercado.
A decisão unânime de manter a taxa básica de juro brasileira, a Selic, em 8,75% ao ano, não surpreendeu o mercado. Porém, a ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) trouxe mudanças no panorama da economia brasileira.
Segundo os analistas da LCA Consultoria, a mudança mais evidente ocorreu na percepção da autoridade monetária quanto ao grau de ociosidade de recursos produtivos.
“Ao analisar a evolução da utilização de capacidade instalada, o BC modificou a frase em que avaliava a economia operando ‘com alguma margem de ociosidade’ para passar a entender que ‘a margem de ociosidade vem se reduzindo’”, comentam.
Porém, eles chamam a atenção para a afirmação do banco de que a perda de dinamismo da demanda doméstica no final do ano passado foi a responsável pela ampliação da margem de ociosidade, “ocasionando redução das pressões inflacionárias”, e que esta ociosidade não deve ser eliminada rapidamente.
Crédito em alta
Além disso, a consultoria fala que o BC brasileiro destacou a influência da ação das instituições financeiras do País e das políticas dos bancos oficiais no provimento de crédito ao mercado. “A inclusão desse comentário pode representar alguma preocupação da autoridade com o ritmo de expansão do crédito às pessoas físicas", explica a LCA.
Economias
No tocante à atividade internacional, o BC avalia que a economia global está se recuperando das turbulências, o que reduz sua percepção de que uma possível reversão deste quadro poderia acontecer.
Já na análise econômica do Brasil, o Copom reiterou suas perspectivas positivas para o ano que vem, comentando que o quadro é de recuperação, inclusive com indicadores de confiança dos consumidores e dos empresários consistentes.
Sinalizações
“Tudo considerado, a ata mostra uma preocupação crescente com a magnitude dos estímulos introduzidos na economia, e enfatiza que, além da política monetária, considera também os estímulos fiscais e creditícios”, avalia Thaís Marzola Zara, analista da consultoria Rosenberg & Associados.
Ela comenta que, ao preocupar-se com os estímulos e o possível impacto na inflação, o BC brasileiro deixa em aberto possíveis reações de acréscimo do juro básico do país.
“Ainda não foi enfática o suficiente para indicar elevações num horizonte muito próximo, mas a sinalização de que o comportamento futuro da atividade e dos preços será monitorada cuidadosamente foi dada”, conclui Thaís.
Já os analistas da LCA frisam que o BC deverá promover alterações graduais em sua comunicação com os mercados, com vistas a prepará-los para um aumento da taxa básica de juro. "Por ora, projetamos alta da Selic para o 2º semestre do ano", afirmam.
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