A BM&FBovespa voltou a ficar abaixo dos 71 mil pontos. O cenário internacional não ajudou, e a Bolsa brasileira terminou com recuo de 0,43%, aos 70.792 pontos. O dólar deu um salto de 1,31% e foi a R$ 1,778, interrompendo uma sequência de seis dias de depreciação.
As Bolsas de Valores terminaram no vermelho nos principais centros financeiros. A Grécia voltou a ser apontada como polo de preocupação. A definição do pacote de socorro do FMI e da União Europeia não melhorou o clima no mercado. O comentário era que bancos gregos teriam pedido mais suporte ao governo.
A Bolsa de Atenas caiu quase 3%. Em Londres, o principal indicador acionário terminou com perdas de 0,32%. A Bolsa de Frankfurt registrou depreciação de 0,48%.
Com o aumento da aversão ao risco, os ativos brasileiros não tiveram como sustentar seus valores. O aumento da entrada de recursos externos no mercado doméstico, que tem marcado as últimas semanas, sofreu uma interrupção ontem. Segundo operadores, os estrangeiros não fugiram da Bolsa brasileira, mas diminuíram o ritmo de compras.
Nos primeiros dois pregões deste mês, R$ 785,2 milhões líquidos em recursos externos foram destinados à compra de ações brasileiras. Em março -melhor mês desde setembro de 2009-, esse saldo foi positivo em R$ 3,15 bilhões.
Nos EUA, onde os dados sobre empréstimos feitos pelos consumidores decepcionaram, com recuo em fevereiro, os mercados acionários também fecharam no vermelho. O índice Dow Jones terminou com baixa de 0,66%. A Bolsa eletrônica Nasdaq perdeu 0,23%.
Se na terça-feira a ata do Fed (banco central dos EUA) criou a expectativa de que os juros demorariam ainda para subir no país, ontem a perspectiva sofreu uma inversão.
Isso ocorreu após Thomas Hoenig, que preside o Fed de Kansas City, dizer que pode ser arriscado manter os juros baixos por muito tempo, pois tal decisão acabaria por estimular comportamentos financeiros de maior risco. Juros em alta nos EUA tendem a afetar as Bolsas, pois os investidores ficam tentados a vender ações para comprar títulos do governo americano, mais seguros.
Na BM&FBovespa, apesar do recuo de ontem, houve altas expressivas para alguns papéis. No topo dos ganhos de ontem, apareceram as ações Klabin PN, com valorização de 5,14%, seguidas de Pão de Açúcar PNA (5,11%) e Gol PN (3,24%).
