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Mais vaga na indústria

Alimento colabora para alta de 0,56% no emprego em fevereiro.

A indústria paulista criou 20,5 mil vagas em fevereiro, um avanço de 0,56% no nível de emprego em relação a janeiro, já com ajuste sazonal. Mas na comparação com fevereiro de 2010, o emprego cresceu 4,57% e, no acumulado de 2011 já registra alta de 1,36%, conforme levantamento divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). 
Dos 22 setores existentes, 16 contrataram, 3 demitiram e 3 mantiveram o nível de emprego estável. No entanto, mais da metade das vagas está concentrada no setor alimentício. O segmento foi responsável por 9.490 novos postos. Parte significativa deste resultado deve-se ao segmento de açúcar e álcool e dos frigoríficos paulistas.

Para o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, o mês de fevereiro teve um comportamento "normal", com taxas razoáveis em relação aos anos anteriores. Segundo ele, as usinas foram responsáveis pela abertura de 6.175 vagas. "Estas variações positivas devem continuar até a fase da colheita", explicou.

Francini afirma que, depois da crise de 2009 e do período de recuperação em 2010, é difícil esperar para este ano um desempenho excepcional. "A economia do País não estará nem próxima de 2009, pois não há crise, nem perto de 2010, que apresentou ótimos resultados."

Por isso, ele acredita que a indústria brasileira de transformação registrará crescimento de 4% e que o emprego tenha elevação de 3%. O diretor da Fiesp aposta que o desempenho do setor "deverá ser tímido pela competição com as importações e pela disputa entre os estados brasileiros pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)".

Além dos segmentos de alimentos e açúcar e álcool, os setores que se destacaram foram os produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos), com 2.533 novos postos, veículos automotores, reboque e carrocerias (1.872), preparação de couros e fabricação de artefatos deste material, artigos para viagem e calçados (1.529).

Os destaques entre os grupos industriais que mais demitiram em fevereiro foram os de confecção de artigos de vestuário e acessórios (103), máquinas, equipamentos e materiais elétricos (175) e metalurgia (852).

Na análise por regiões, houve aumento de 1,17% no nível de emprego do interior de São Paulo, enquanto a Grande São Paulo registrou alta de 0,28%. Entre as 36 regionais, 27 criaram novos postos de trabalho, seis eliminaram vagas e três mantiveram-se estáveis. As cidades de Araraquara (4,97%), Araçatuba (3,69%) e Franca (3,52%) foram beneficiadas pelo aumento da atividade nas usinas de açúcar e álcool, nas indústrias de calçados e no segmento têxtil, respectivamente. Botucatu, Santos e Diadema, com retrações de 2,84%, 0,71% e 0,57%, respectivamente, tiveram os segmentos vestuário, minerais não metálicos, produtos químicos e itens de borracha e plástico afetados por fatores sazonais.

Perspectivas – Para Francini, o cenário atual não apresenta alívio para a indústria, afetada pelas importações e altos juros.  "O novo governo tem que arrumar a orquestra e resolver os conflitos dos músicos", diz. 

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