Avenida Julio Borella, 805 - Sala 207 - Top Center Avenida, Centro - Marau/RS
  • (54) 3342-0944
  • (54) 3342-8740
  • (54) 9104-9625

Mais do que prestação de serviços...

Uma parceria!

Mercado pressiona por juros maiores

Instituições financeiras consultadas pelo BC querem elevação de meio ponto pelo Copom

Octavio de Barros é voz dissonante: ele acredita em um aperto menor, de 0,25 ponto percentual
Debaixo de uma saraivada de críticas do mercado financeiro e com a credibilidade desgastada, o Banco Central decidirá, amanhã, qual será o destino da taxa básica de juros (Selic). No último Boletim Focus antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) — levantamento no qual mais de 100 instituições fazem previsões para a economia — os analistas, em grande parte, colocaram mais lenha na fogueira. Eles apostaram suas fichas em uma elevação de 0,50 ponto percentual como forma de pressionar o BC por uma alta maior. Em contraponto, os especialistas que mais acertam as projeções afirmam que o aperto será brando, de apenas 0,25 ponto percentual.

O Focus mostra ainda a continuidade da piora das projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A previsão chegou a 6,29% depois de seis elevações consecutivas. O BC calcula que o indicador vai fechar o ano com 5,6%. Além das expectativas, a autoridade monetária tem de enfrentar a carestia impulsionada por alimentos e serviços. No dia em que o Copom decide a Selic, será divulgada a prévia da inflação de abril. O consenso é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) registrará alta de 0,80% — seguindo a trajetória de escalada do custo de vida. Para os dados anualizados, os números são ainda piores: 6,47% no acumulado de 12 meses, quase o teto da meta de inflação, estipulado em 6,5%.

“No Brasil, diria que a inflação está em patamar médio e deve fechar 2011 ao redor de 5,6%”,
contestou ontem, em Washington, o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Já o mercado discorda dele e da autoridade monetária. “O BC está apostando demais no cenário traçado que pode não se concretizar”, alertou Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central e sócio da consultoria Tendências.

Crítica a Meirelles
Para o economista, o Comitê de Política Monetária (Copom) deveria promover dois aumentos sucessivos de 0,50 ponto percentual na Selic. “O raciocínio de que uma puxada nos juros reduz a taxa de crescimento do país está errado”, observou Loyola. De acordo com ele, se a inflação continuar subindo vai acabar minando a popularidade do governo. Ele põe na conta do ex-presidente do BC, Henrique Meirelles, a atual escalada inflacionária: “Estamos pagando o preço de o Meirelles não ter subido os juros lá atrás”.

Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, espera um movimento mais brando por parte do BC. Ele avalia que a atividade econômica deve desacelerar, contribuindo para o arrefecimento da inflação. “Acreditamos que a taxa Selic deverá ser elevada em 0,25 ponto percentual, dando sequência ao ciclo de aperto da política monetária, mas reduzindo o ritmo de elevação dos juros”, argumentou. Já o Santander avalia que o Copom vai manter a taxa básica de juros em 11,75% ao ano e, apenas no último trimestre, deve voltar a apertá-la. “Sinais de desaceleração do consumo, pressão temporária de preços de alimentos, impacto positivo da apreciação cambial sobre a projeção de 2012, defasagem de resposta ao aperto monetário já realizado e efeito das medidas macroprudenciais sobre o crédito são alguns dos argumentos”, ponderou Maurício Molan, economista-chefe do Santander.

E EU COM ISSO
A cada vez que o Comitê de Política Monetária (Copom) decide elevar a taxa básica de juros (Selic), o consumidor sente os efeitos da decisão diretamente no bolso. Em seguida, as instituições financiadoras repassam a alta para o crédito ao consumidor — tanto nos empréstimos bancários como nas compras feitas à prazo. Assim, a população fica com menos dinheiro disponível para ir às lojas. O objetivo do Copom é justamente desencorajar o consumo para, com isso, reduzir a inflação. Com a demanda por produtos em ritmo menor, a pressão sobre os preços diminuiu.

INDICADORES FINANCEIROS

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.7508 5.7517
Euro/Real Brasileiro 6.3211 6.3371
Atualizado em: 06/11/2024 02:53

Indicadores de inflação

08/2024 09/2024 10/2024
IGP-DI 0,12% 1,03%
IGP-M 0,29% 0,62% 1,52%
INCC-DI 0,70% 0,58%
INPC (IBGE) -0,14% 0,48%
IPC (FIPE) 0,18% 0,18% 0,80%
IPC (FGV) -0,16% 0,63%
IPCA (IBGE) -0,02% 0,44%
IPCA-E (IBGE) 0,19% 0,13% 0,54%
IVAR (FGV) 1,93% 0,33%