- (54) 3342-0944
- (54) 3342-8740
- (54) 9104-9625
Inadimplência nas empresas cresce pelo sexto mês
Índice é puxado pelo endividamento dos consumidores, pelo aumento dos juros e por medidas de restrição ao crédito
O aumento do endividamento do consumidor começa a atingir o caixa das empresas. Em alta pelo sexto mês consecutivo, o Indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimplência das Empresas cresceu 2,1% em abril em relação a março, segundo nota divulgada pela instituição nesta quarta-feira. A expectativa é que, a exemplo do que vem ocorrendo com o consumidor, o endividamento das empresas também deve entrar em um ciclo de elevação nos próximos meses. Dados da Serasa mostram que a inadimplência dos consumidores cresceu 21,7% em relação ao ano passado.
“Quem financia a maior parte das dívidas dos consumidores é a própria empresa, com cheque pré-datado ou crédito direto, por exemplo. Esse aumento da inadimplência entre os clientes leva ainda a uma retração do consumo, isso impacta profundamente o caixa das empresas, que já não contam com muito capital de giro”, analisa o gerente de Acesso a Mercados e Serviços Financeiros do Sebrae, Paulo Alvim.
Juros elevados
Outro fator que está diminuindo o otimismo das empresas são os juros elevados e as medidas de restrição de crédito, que começaram a ser implementadas nos últimos meses para conter a inflação, segundo o gerente de Indicadores de Mercado da Serasa, Luiz Rabi. A taxa Selic, indicador fixado pelo Banco Central que baliza as taxas de juros cobradas pelos bancos, subiu muito nos últimos meses: passou de 9,4% em abril de 2010 para 11,92% um ano depois. “O custo financeiro está aumentando e está havendo um processo de desaquecimento da economia. Além do impacto da inadimplência do consumidor, claro. Este é o ciclo da inadimplência: primeiro o consumidor, e depois as empresas”, afirma.
O indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimplência das Empresas, que leva em consideração as expectativas para os próximos seis meses, reúne dezenas de variáveis e antecede as estatísticas de inadimplência divulgadas pelo Banco Central. A metodologia utiliza como parâmetro o nível 100: índices abaixo de 100 são bons para a economia, mas, acima de 100 indicam que a inadimplência está em grau crítico.
O preocupante neste momento, segundo Rabi, é que a taxa está se aproximando da linha divisória. O índice subiu pela sexta vez consecutiva e atingiu 97,4, valor já dessazonalizado. Desde março do ano passado, o país não ultrapassa a margem, mas pode passar para o lado crítico nos próximos meses, se o indicador de endividamento mantiver o ritmo de crescimento, alerta. “Os juros cada vez mais elevados, dado o aperto monetário em vigor, manterão pressões sobre o custo financeiro das empresas num ambiente de maior desaquecimetno econômico, especialmente durante o segundo semestre deste ano”, diz a nota da Serasa.
INDICADORES FINANCEIROS
Indicadores diários
Compra | Venda | |
---|---|---|
Dólar Americano/Real Brasileiro | 5.8054 | 5.8065 |
Euro/Real Brasileiro | 6.0744 | 6.0824 |
Atualizado em: 26/11/2024 14:31 |
Indicadores de inflação
08/2024 | 09/2024 | 10/2024 | |
---|---|---|---|
IGP-DI | 0,12% | 1,03% | 1,54% |
IGP-M | 0,29% | 0,62% | 1,52% |
INCC-DI | 0,70% | 0,58% | 0,68% |
INPC (IBGE) | -0,14% | 0,48% | 0,61% |
IPC (FIPE) | 0,18% | 0,18% | 0,80% |
IPC (FGV) | -0,16% | 0,63% | 0,30% |
IPCA (IBGE) | -0,02% | 0,44% | 0,56% |
IPCA-E (IBGE) | 0,19% | 0,13% | 0,54% |
IVAR (FGV) | 1,93% | 0,33% | -0,89% |