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Economia voltou a cair em fevereiro: 0,23%
Indústria é apontada como responsável por deixar no vermelho índice do BC nos dois primeiros meses de 2012
A economia brasileira encolheu pelo segundo mês seguido. Pelos cálculos do Banco Central (BC), a queda foi de 0,23% em fevereiro, em relação a janeiro, retração acima das previsões do mercado. O mau desempenho da indústria é apontado como o principal responsável por deixar o IBC-Br no vermelho nos dois primeiros meses de 2012. O índice criado pelo BC mede o crescimento do país e serve de parâmetro nas decisões da autoridade monetária.
- A indústria é a culpada. Se não cresce, outros setores não preenchem esse vácuo - disse Júlio Gomes, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (Iedi).
Com o resultado negativo de fevereiro, o crescimento nos últimos 12 meses caiu. Passou de 2,44% para 2,05%. No entanto, em relação ao primeiro bimestre de 2011, a economia registrou expansão de 0,30%.
Mesmo com o resultado negativo de fevereiro, o economista do Iedi manteve a previsão de crescimento de 3% no ano, apostando em expansão da indústria de 3%, impulsionada pelo plano Brasil Maior anunciado pelo governo, embora veja riscos para a concretização desse cenário.
- Os estoques ainda estão acima do planejado e talvez a indústria não consiga acelerar o suficiente para alcançar essa previsão - disse ele.
Para o economista Alex Agostini, da Austin Rating, o dado negativo do IBC-Br não muda a perspectiva de que o Brasil crescerá 3,4% neste ano. Ele prevê o aquecimento da economia daqui para a frente, impulsionado pelo custo financeiro mais baixo decorrente da queda dos juros.
- Já passou o período em que o brasileiro tem de pagar matrícula dos filhos na escola e impostos. Depois disso, vem Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Namorados.
O economista do Itaú Aurélio Bicalho diz que a prévia do PIB medida pelo BC teve seu resultado mais fraco dos últimos seis meses justamente em fevereiro por causa da queda nas vendas do comércio varejista, de 0,6%.
Na visão geral dos analistas, compilada na pesquisa semanal que o BC faz com economistas do mercado, a previsão para o crescimento deste ano foi mantida em 3,2%. Enquanto a projeção para a expansão da economia em 2013 subiu de 4,2% para 4,3%.
No levantamento, os especialistas confirmaram que esperam um corte de 0,75% na taxa básica de juros (Selic), que está em 9,75% ao ano. A redução dos juros para 9% na reunião de amanhã do Copom é consenso no mercado, com pouquíssimas vozes dissonantes, como a do economista do Iedi que arrisca uma redução maior, principalmente, depois da segunda retração da economia medida pelo IBC-Br:
- Não será uma decisão fácil.
Previsão para cotação do dólar sobe para R$ 1,80
Já o economista Samy Balassiano, da Lecca Corretora, concorda com a maioria dos colegas que esperam corte de 0,75 ponto percentual amanhã, mas aposta em uma nova redução, de 0,25 ponto percentual, em maio.
- Aí acaba o espaço para cortar mais, porque o juro real (descontada a inflação) ficará muito baixo para atrair capital.
Os analistas aumentaram pela quarta semana seguida a previsão de cotação do dólar, de R$ 1,78 para R$ 1,80 no fim do ano. O especialista em câmbio Sidney Nehme acredita que a moeda americana vai furar a barreira dos R$ 2 até o fim do ano.
- O Brasil está perdendo muito rapidamente a atratividade para os capitais que focam rentabilidade.
Por outro lado, o mercado espera entrada maior de investimentos estrangeiros. A estimativa subiu de US$ 55 bilhões para US$ 56,4 bilhões.
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Atualizado em: 06/11/2024 23:58 |
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