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É possível conciliar ética e lucro?

Grande "must" do mundo corporativo nos dias atuais, a indagação comporta questionamentos e dúvidas, mas afirma o limiar de um novo tempo.

Esta questão configura expressivamente a perplexidade do homem moderno no mundo do trabalho e na vida em sociedade.

A questão moral expressa a resposta objetiva de comportamentos e atitudes em relação "ao que devo fazer", às minhas opções éticas e idiossincrasias pessoais, ou seja, às maneiras de pensar, ver e reagir próprias de cada pessoa.

É a dimensão normativa, relacionada aos valores, às crenças, à mentalidade e ao caráter. Trata do que "eu sou", indivíduo como pessoa.

Já a questão econômica se relaciona "ao que posso possuir", ao que tenho para desfrutar, poupar e consumir.

Ninguém escapa desse círculo de circunstâncias da moral e do mercado. Participamos dele cotidianamente, daí porque não cessamos de nos indagar sobre sua legitimidade e moralidade, sobre o justo e o injusto, sobre o ético e o aético, sobre o peso de suas humanidades e desumanidades.

O mundo das organizações é cada vez mais sensível a essa dicotomia – moral x econômico. O bem, no sentido moral, nem sempre se coaduna aos bens, no sentido econômico.

O que fazer para compatibilizá-los? Que ações objetivas devem ser empreendidas pelas organizações na busca desse propósito?

A resposta tem sido o foco crescente na responsabilidade social, na sustentabilidade, na ética empresarial, na empresa-cidadã, no respeito ao cliente.

Não há dúvidas de que a questão moral está na crista das ondas.

É tema de preocupação de quaisquer fóruns de discussão, de crescente atualidade na imprensa em geral, no mundo acadêmico, nas lides políticas e classistas, na realidade empresarial.

Será que os jovens de hoje, conhecidos como da Geração Y e Z, constituem uma nova geração – a geração moral – diferente de 1960-1970, eminentemente mobilizada pela utopia política?

Para a geração dos "Anos Dourados", a geração do movimento estudantil de 68, a utopia política fazia às vezes da moral.

Para a geração atual, que ingressa mo mercado de trabalho, será que a moral substitui a política?

Enfim, a questão moral se instalou no cerne dos debates.

Tornou-se o tema da moda. E o tema na moda tanto se valoriza que se transforma em virtude. No entanto, no mais das vezes, a virtude da moda costuma resvalar para a hipocrisia.

Será mesmo que as empresas, entes essencialmente econômicos, transformam-se, pouco a pouco, em organizações morais? Será que, efetivamente, exercitam a aristocracia da virtude quando propugnam pela ética empresarial e se aplicam no desempenho de programas de responsabilidade social, desenvolvimento sustentável e empresa-cidadã?

Estamos no limiar de um novo tempo de respeito ao próximo ou vivenciamos a hipocrisia do superficialismo humanista?

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