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Popularização da internet tornou o ambiente virtual um bom lugar para se lançar ideias empreendedoras

Startups crescem no país, mas só as que têm equipe experiente permanecem no mercado

 

O Brasil está se consolidando como um celeiro de startups, organizações de base tecnológica que buscam um modelo de negócio capaz de ser reproduzido em larga escala e, principalmente, inovador no mercado. O aumento dos recursos móveis, a facilidade em contratar banda larga e a consequente popularização da internet baixou o custo da tecnologia e permitiu que as startups tivessem resultados positivos.

Ainda assim, o ambiente próspero só contribui para quem tem experiência no mercado de trabalho, lê muito sobre o tema e dá garantias de que as ideias inovadoras serão lucrativas aos investidores.

Nei Grando, organizador do livro Empreendedorismo Inovador – Como Criar Startups de Tecnologia no Brasil, lançado em outubro, conta que há duas fases principais de uma startup. A primeira é a de aprendizagem, em que a equipe desenvolve a ideia inovadora, a conecta com o mercado consumidor, identifica o cliente em potencial e testa o produto ou serviço por um período curto de tempo, preocupada em ter retorno sobre sua funcionalidade e o uso da inovação.

A segunda fase é a de execução, em que o produto foi melhorado de acordo com as necessidades informadas pelos consumidores, tem garantias de que será comprado pelos clientes e está pronto para que investidores o escolham, até porque não há investimento em uma ideia que não está estruturada.

– Uma ideia não vale nada sem sua execução. Mas antes deve existir uma fase de experimentação no mercado e de validação do produto – afirma.

As etapas podem parecer fáceis, mas tirar uma ideia do papel é o momento mais complicado do negócio. Elton Miranda, representante da Associação Brasileira de Startups em Santa Catarina, costuma brincar que dá R$ 20 por uma boa ideia, um valor irrisório porque o difícil é fazê-la acontecer. Ele identifica os universitários como os maiores interessados em abrir startups no Estado, mas alerta que eles enfrentam mais dificuldades para fazer o negócio prosperar.

Apoio financeiro é essencial para dar suporte à iniciativa

– Com a repercussão dos filmes hollywoodianos, existem muitas pequenas iniciativas que acabam não vingando. Quem consegue levar o negócio adiante já tem experiência em um nicho de mercado ou o identifica, além de ter um feeling de inovação para descobrir oportunidades que ninguém tinha pensado – diz.

A startup Chaordic, de Florianópolis, começou no mercado em 2009, lançando um sistema pioneiro no país que recomenda produtos aos usuários de lojas virtuais. Sem utilizar informações vindas de cadastro, a equipe mapeia em tempo real as preferências dos consumidores e apresenta, na página de clientes como a Editora Saraiva e as Lojas Ponto Frio, produtos similares que possam lhes interessar. A ideia já existia no exterior, em sites da Amazon e da Netflix, mas por aqui teve de ser adaptada aos moldes consumidores dos brasileiros.

– O grande desafio é conseguir dinheiro para se dedicar ao negócio, porque é preciso parar de trabalhar em outros locais para empreender – conta Anderson Nielson, diretor da Chaordic.

Assim que foi fundada, a startup conseguiu investimentos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do governo federal e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de SC (Fapesc). Em 2010, um investidor privado aplicou dinheiro na Chaordic, quando o modelo de negócios já era bem-sucedido no mercado.

– Uma dica que eu dou para novos empreendedores é escolher fundo de investimento que tenha algum alinhamento entre o negócio e os interesses dos investidores.

O panorama no Brasil

 - De acordo com dados da Associação Brasileira de Startups (ABS), divulgados em outubro, o país já conta com 10 mil startups e a previsão é a de que este número duplique até 2014.

- Atualmente, há cerca de 5 mil investidores-anjos que injetam entre R$ 20 mil a R$ 1 milhão por negócio.

- Em Santa Catarina, Elton Miranda estima que existam 60 startups só na Grande Florianópolis, mas que regiões de Joinville e Blumenau também são sedes de organizações inovadoras.

- A ABS identificou que à frente das startups há dois perfis de empreendedores: o jovem universitário, entre 20 e 23 anos, vindo de cursos tecnológicos, administração e marketing, de classe média e que mora com os pais; e o profissional que já possui estabilidade financeira, tem entre 30 e 40 anos, com formação nas mais variadas áreas e morador de grandes centro.

- Nei Grando ressalta que uma das confusões sobre startups é acreditar que todo fundador é universitário, ainda que a maioria das incubadoras recebam startups compostas de uma equipe jovem, até mesmo porque nesses ambientes há consultoria e ajuda financeira para quem está no início da experiência profissional.

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