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Juros sobem puxados por câmbio

O movimento de alta dos juros ganhou força depois que o dólar testou o teto de R$ 2,10 ao longo do dia

O dólar contaminou o mercado de juros nesta quarta-feira. As taxas projetadas pelos investidores e instituições financeiras nos contratos negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em alta pela primeira vez em três sessões, puxadas pela preocupação com o efeito que a valorização da moeda americana pode provocar sobre a inflação.

O movimento de alta dos juros ganhou força depois que o dólar testou o teto de R$ 2,10 ao longo do dia. O contrato de vencimento em janeiro de 2014 subiu a 7,35% de 7,34% na segunda-feira; e o DI com vencimento em janeiro de 2017 a 8,83% de 8,73%.

Com essas variações, a diferença entre as taxas projetadas no DI de janeiro de 2014 e no de janeiro de 2017 subiu de 1,39 ponto percentual para 1,48 ponto percentual, maior degrau desde 14 de setembro. Quanto maior o grau de incerteza que os agentes econômicos têm com relação a uma determinada variável, no caso, a inflação, maior o prêmio pedido por um ativo atrelado a essa variável, no caso, os juros.

Para profissionais de mercado, se o governo optar por um câmbio com a moeda americana cotada acima de R$ 2,10 abrirá espaço para pressões inflacionárias na medida em que repasses de custos dos importados alimentam reajustes no varejo.

A preocupação com a inflação alimenta inclusive a demanda por títulos públicos federais atrelados a índices de preços, com destaque para as Notas do Tesouro Nacional Série B (NTN-Bs). No leilão realizado ontem pelo Tesouro Nacional, os papéis superaram as taxas registradas na oferta anterior, em 7 de novembro: a NTN-B para 2016 saiu a 2,77% ante 2,61%; o papel de 2018 custou 3,16% de 3,03%; e o título 2022 teve 3,60% de 3,41%.

Embora economistas admitam que houve um alívio nos reajustes no atacado, os preços ao consumidor seguem elevados. Por isso, as atenções se voltam hoje para a divulgação da prévia do IPCA, que o IBGE solta às 9h. A média construída pelas projeções de 11 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data aponta uma alta de 0,52% do IPCA-15, com o intervalo indo de 0,50% a 0,57%.

INDICADORES FINANCEIROS

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.789 5.79
Euro/Real Brasileiro 6.1125 6.1275
Atualizado em: 15/11/2024 05:18

Indicadores de inflação

08/2024 09/2024 10/2024
IGP-DI 0,12% 1,03% 1,54%
IGP-M 0,29% 0,62% 1,52%
INCC-DI 0,70% 0,58% 0,68%
INPC (IBGE) -0,14% 0,48% 0,61%
IPC (FIPE) 0,18% 0,18% 0,80%
IPC (FGV) -0,16% 0,63% 0,30%
IPCA (IBGE) -0,02% 0,44% 0,56%
IPCA-E (IBGE) 0,19% 0,13% 0,54%
IVAR (FGV) 1,93% 0,33% -0,89%